"When you have everything
You have everything to lose"
Ben Harper
28 outubro 2008
25 outubro 2008
Romaria Starbucks
Em troca do DVD Sex and the City gravadinho, para ver e rever o resto da vida, aceitei, antes de sair de casa, passar pelo Starbucks e levar a um amigo um caramel machiatto.
Ora eu ainda não conhecia a fenómeno na versão Tuga. Eram 22h estava eu à porta da tal lojinha, (que não…não se encontra no court food, está praí entre a Bodyshop e a Natura) prontinha para a minha troca justa.
A fila chegava à porta, ultrapassava a porta… e mais um bocadinho tinha seguranças a alinhar as pessoas em filinha Indiana. Respirei fundo e pensei… Ver a Carrie a ser deixada pelo Big (merda) no altar vale tudo. Vou esperar, que remédio. Enquanto esperava deparei-me com um cenário verdadeiramente ridículo e típico da nossa culturazinha pequenina. Mas de onde é que tinha vindo aquela gente toda?! Numa excursão? Onde estão os autocarros?! Hum?!
Metade daquela gente, isto para não dizer 80%, das pessoas que ali estavam, habituadas a beber café com 3 dedos de altura, ia concerteza odiar aquela água deslavada à qual os americanos chamam café, outra metade nem sequer sabia o que aquilo era, mas metiam-se na fila, não fossem estar a dar qualquer coisa grátis lá dentro, e depois havia uma ínfima parte, que como eu, pensava 500 vezes em desistir daquela parvoíce pegada e ir lá acima ao mcdonadls, pegar num copo de papel, espetar lá para dentro com uma bica e um copo de água por cima, com um bocadinho de caramelo, daquele que eles usam no sundae!!!! Mas não... eu resisti. Fixei-me na vitrine dos bolos (aquilo sim, deve valer a pena) e divertia-me a ouvir as pessoas, dezenas, dentro da loja,… “ai que bom que é” ai vou já levar um pacote para fazer em casa” ai tem chávenas tão giras a 30,00 euros”.
E ai que só falta tirarmos todos aqui uma foto à porta!!!!
Quando finalmente faltava apenas uma pessoa para a minha vez, olhei à volta.. Estes gajos não têm multibanco! Olhei para trás, e nem conseguia ver a última pessoa da fila. Não, não não!! Olhei desesperadamente para o preçário à procura do preço do tal caramel qualquer coisa. Encontrei. 3,10 euros. Quanto??????!!!!?????? Por um café????? O senhor chama-me. Eu lá peço o tal café, despejo as moedinhas todas em cima do balcão, e começamos os dois numa tarefa desleal para as 40 pessoas que estavam na fila, de contar os 3 euros em moedas de 0,20. O dinheiro chegou, eu já bufava,.de seguida, o episódio maravilhoso:
- “Como se chama”
- “Desculpe??”
- “O seu nome?”
(mas este gajo agora tá-se a meter comigo? Mas o que é que tens a ver com isso meu grande idiota? Só porque me ajudaste a contar moedas?)´
A medo disse o meu nome (de princesa verdadeira) baixinho
- “Patrícia”
- E ele não vai de modos, e grita com todo o ar que tinha nos pulmões, para as colegas ucranianas do lado
–“ Sai um Caramel Machiatto para a Patrícia”
Fiquei atónita!!! Olha que bem, claro, boa, grita mais alto, para as 500 pessoas que estão aqui dentro desta lojinha com 10m2 ficarem a saber como é que me chamo.
Mas não, não patricia… que ingenuidade a tua, então, nós estamos na baixa de Manhattan, o senhor dos cachorros ao lado do escritório sabe o nosso nome, isto é que é cosmopolita, isto é que é cool, isto é que é cultura sub-urbana, até te tratam por tu e pelo nome no Alegro!!
Enfim, lá peguei no meu copo inscrito Patrícia, a escaldar e pirei-me dali a correr. Em busca do meu DVD.
Valeu a pena. Agora estou aqui enroladinha no meu edredon a ver a carrie gloriosamente a despedaçar o bouquet na cabeça do Mr big (merda) e a partir para o México com as amigas.
Ora eu ainda não conhecia a fenómeno na versão Tuga. Eram 22h estava eu à porta da tal lojinha, (que não…não se encontra no court food, está praí entre a Bodyshop e a Natura) prontinha para a minha troca justa.
A fila chegava à porta, ultrapassava a porta… e mais um bocadinho tinha seguranças a alinhar as pessoas em filinha Indiana. Respirei fundo e pensei… Ver a Carrie a ser deixada pelo Big (merda) no altar vale tudo. Vou esperar, que remédio. Enquanto esperava deparei-me com um cenário verdadeiramente ridículo e típico da nossa culturazinha pequenina. Mas de onde é que tinha vindo aquela gente toda?! Numa excursão? Onde estão os autocarros?! Hum?!
Metade daquela gente, isto para não dizer 80%, das pessoas que ali estavam, habituadas a beber café com 3 dedos de altura, ia concerteza odiar aquela água deslavada à qual os americanos chamam café, outra metade nem sequer sabia o que aquilo era, mas metiam-se na fila, não fossem estar a dar qualquer coisa grátis lá dentro, e depois havia uma ínfima parte, que como eu, pensava 500 vezes em desistir daquela parvoíce pegada e ir lá acima ao mcdonadls, pegar num copo de papel, espetar lá para dentro com uma bica e um copo de água por cima, com um bocadinho de caramelo, daquele que eles usam no sundae!!!! Mas não... eu resisti. Fixei-me na vitrine dos bolos (aquilo sim, deve valer a pena) e divertia-me a ouvir as pessoas, dezenas, dentro da loja,… “ai que bom que é” ai vou já levar um pacote para fazer em casa” ai tem chávenas tão giras a 30,00 euros”.
E ai que só falta tirarmos todos aqui uma foto à porta!!!!
Quando finalmente faltava apenas uma pessoa para a minha vez, olhei à volta.. Estes gajos não têm multibanco! Olhei para trás, e nem conseguia ver a última pessoa da fila. Não, não não!! Olhei desesperadamente para o preçário à procura do preço do tal caramel qualquer coisa. Encontrei. 3,10 euros. Quanto??????!!!!?????? Por um café????? O senhor chama-me. Eu lá peço o tal café, despejo as moedinhas todas em cima do balcão, e começamos os dois numa tarefa desleal para as 40 pessoas que estavam na fila, de contar os 3 euros em moedas de 0,20. O dinheiro chegou, eu já bufava,.de seguida, o episódio maravilhoso:
- “Como se chama”
- “Desculpe??”
- “O seu nome?”
(mas este gajo agora tá-se a meter comigo? Mas o que é que tens a ver com isso meu grande idiota? Só porque me ajudaste a contar moedas?)´
A medo disse o meu nome (de princesa verdadeira) baixinho
- “Patrícia”
- E ele não vai de modos, e grita com todo o ar que tinha nos pulmões, para as colegas ucranianas do lado
–“ Sai um Caramel Machiatto para a Patrícia”
Fiquei atónita!!! Olha que bem, claro, boa, grita mais alto, para as 500 pessoas que estão aqui dentro desta lojinha com 10m2 ficarem a saber como é que me chamo.
Mas não, não patricia… que ingenuidade a tua, então, nós estamos na baixa de Manhattan, o senhor dos cachorros ao lado do escritório sabe o nosso nome, isto é que é cosmopolita, isto é que é cool, isto é que é cultura sub-urbana, até te tratam por tu e pelo nome no Alegro!!
Enfim, lá peguei no meu copo inscrito Patrícia, a escaldar e pirei-me dali a correr. Em busca do meu DVD.
Valeu a pena. Agora estou aqui enroladinha no meu edredon a ver a carrie gloriosamente a despedaçar o bouquet na cabeça do Mr big (merda) e a partir para o México com as amigas.
24 outubro 2008
Da Felicidade
"Quantas vezes a gente, em busca da ventura,
Procede tal e qual o avozinho infeliz:
Em vão, por toda parte, os óculos procura
Tendo-os na ponta do nariz!"
E com esta me vou... de fim de semana :)
23 outubro 2008
Nos dias em que eu sou mesmo, mas mesmo LOIRA
Rui Diogo says:
so se é o unico piloto q tb tem asas....
Patty says:
hum???
Patty says:
não percebi a piada
Patty says:
lol
Rui diogo says:
anjinho....................
Patty says:
oh páaaaaaaaaaaaaa
Rui Diogo says:
looooooooooooooool....
Patty says:
asas???
Rui Diogo says:
sim de anjo???
Patty says:
não percebiiiiii
Rui Diogo says:
anjinho???
Patty says:
loooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooool
Patty says:
vou-me ali esconder, ja volto!
Nota: o interveniente neste diálogo autorizou a sua publicação, desde que alguma leitora, amiga da autora do blog lhe telefone, mande um email...qualquer coisa, que o rapaz tá solteiro e precisa de uma moça bem arranjadinha, lavadinha e com um grau académico, no mínimo, de acordo com o seu. Se tal não for de todo possível, requer 10% dos lucros, se esta merda de espaço um dia se tornar famosa!
so se é o unico piloto q tb tem asas....
Patty says:
hum???
Patty says:
não percebi a piada
Patty says:
lol
Rui diogo says:
anjinho....................
Patty says:
oh páaaaaaaaaaaaaa
Rui Diogo says:
looooooooooooooool....
Patty says:
asas???
Rui Diogo says:
sim de anjo???
Patty says:
não percebiiiiii
Rui Diogo says:
anjinho???
Patty says:
loooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooool
Patty says:
vou-me ali esconder, ja volto!
Nota: o interveniente neste diálogo autorizou a sua publicação, desde que alguma leitora, amiga da autora do blog lhe telefone, mande um email...qualquer coisa, que o rapaz tá solteiro e precisa de uma moça bem arranjadinha, lavadinha e com um grau académico, no mínimo, de acordo com o seu. Se tal não for de todo possível, requer 10% dos lucros, se esta merda de espaço um dia se tornar famosa!
22 outubro 2008
Bora lá
Avizinha-se a Viagem
Destino: Holanda!
Data: Novembro!!
É como diz o pacote de açúcar que tenho colado no monitor, "os grandes problemas são criados pela falta de tomar pequenas decisões"
e hoje percebi/decidi que preciso viajar.
20 outubro 2008
Rir até cair
Isto é simplesmente a coisa mais divertida que me fizeram nos ultimos tempos. As lágrimas escorrem-me pelos olhos de tanto rir.
Lindo, lindo, lindo!!
Obrigada Rita.
Lindo, lindo, lindo!!
Obrigada Rita.
19 outubro 2008
E a vida...
Vai voltando à normalidade.
Cabeleireiro e cabelinho mais certinho e loirinho - Check
Vestido novo que fez sucesso - Check
Comprinhas com as amigas e umas botinhas da Fly London para o Inverno já cá cantam. Lindas, lindas, lindas de morrer! - Check
Haagen Dazs com chocolate até acima - Check
Relatório terminado - (almost) Check
Rir até doer a barriga - Check
Respirar de alívio - Check
Cabeleireiro e cabelinho mais certinho e loirinho - Check
Vestido novo que fez sucesso - Check
Comprinhas com as amigas e umas botinhas da Fly London para o Inverno já cá cantam. Lindas, lindas, lindas de morrer! - Check
Haagen Dazs com chocolate até acima - Check
Relatório terminado - (almost) Check
Rir até doer a barriga - Check
Respirar de alívio - Check
16 outubro 2008
Patty e seus clientes
Depois de 1 relatório diário, que me mantinha cerca de 3 horas seguidas, por dia, em frente ao portátil, já depois de chegar a casa... eis que... ela agora quer... pois claro... um relatório final que compile os relatórios diários TODOS num só!!
Até aí tudo bem. Uma coisa que resuma e tal os tantos que já enviei... uma apreciação global, qualitativa e quantitativa da acção decorrida.
E o mundo é cor-de-rosa,
Mas não Patrícia Raposo... A Sra Dona quer então que eu REPITA tudo o que já fiz, repito, tudo o que eu já fiz, pois bem, mas só num. PPT, Excell tudo, tudinho... OUTRA VEZ!!!
Ora 3 horas x15 relatórios... nãaa...são só mais 45 HORAS A TRABALHAR NESTA MERDA!!!
Não aguento mais este projecto...
Não aguento mais este projecto...
Não aguento mais este projecto...
(pausa para respirar fundo)
Até aí tudo bem. Uma coisa que resuma e tal os tantos que já enviei... uma apreciação global, qualitativa e quantitativa da acção decorrida.
E o mundo é cor-de-rosa,
Mas não Patrícia Raposo... A Sra Dona quer então que eu REPITA tudo o que já fiz, repito, tudo o que eu já fiz, pois bem, mas só num. PPT, Excell tudo, tudinho... OUTRA VEZ!!!
Ora 3 horas x15 relatórios... nãaa...são só mais 45 HORAS A TRABALHAR NESTA MERDA!!!
Não aguento mais este projecto...
Não aguento mais este projecto...
Não aguento mais este projecto...
(pausa para respirar fundo)
Continuo a não aguentar mais este projecto...
Não aguento mais esta cliente....
Não quero mais clientes... dêm-me fornecedores, sim, eu trato deles. Mas clientes não...não...não!!!
13 outubro 2008
Ai é?!?
Hoje ao ler o meu contrato:
"A 2ª contraente (eu) não está sujeita ao cumprimento de qualquer horário de trabalho sendo que programará a sua actividade, de acordo com as suas conveniências pessoais, sem prejuizo, no entanto, das obrigações decorrentes da celebração do presente contrato e que pressupunham a prestação de concretos serviços que lhe venham a ser solicitados pela 1ª contraente."
Posto isto... será que posso pegar no meu portátil e enviar os 500 relatórios, que tenho feito por dia para a chata da minha cliente, das Maldivas?
"A 2ª contraente (eu) não está sujeita ao cumprimento de qualquer horário de trabalho sendo que programará a sua actividade, de acordo com as suas conveniências pessoais, sem prejuizo, no entanto, das obrigações decorrentes da celebração do presente contrato e que pressupunham a prestação de concretos serviços que lhe venham a ser solicitados pela 1ª contraente."
Posto isto... será que posso pegar no meu portátil e enviar os 500 relatórios, que tenho feito por dia para a chata da minha cliente, das Maldivas?
08 outubro 2008
Hoje
O mundo caiu em cima da minha cabeça, senti um estrondo, o chão tremeu, e toda a minha existência foi abalada por 1 segundo.
07 outubro 2008
Os nós e os laços
Esta senhora escreveu um texto para mim, e eu, claro, tinha que o publicar.
Li esta crónica esta semana, e como ainda não me apetece muito falar na minha vida, deixo que alguém o faça por mim.
"Há três remédios que ainda não foram inventados: o remédio para a estupidez, o remédio para a paciência e o remédio para cortar laços. Num mundo perfeito, as pessoas iam à farmácia e pediam uma caixa de comprimidos para o bom feitio, ou umas injecções para os neurónios. Quanto aos laços, não imagino outro objecto senão uma tesoura bem afiada para cumprir a missão.Alguém devia inventar uma tesoura para cortar laços, sobretudo quando os laços já estão cheios de nós cegos e não há volta a dar. À falta de um objecto contundente que serviria para cortar o mal pela raiz, restam os procedimentos habituais; bater com a porta, deixar de telefonar, não atender chamadas, fazer exercícios de abstracção, em suma, fechar o coração.
FECHAR o coração é um exercício duríssimo para quem o tem. Não estou a falar dos já aqui citados donuts que alguns seres humanos escondem, nos quais as setas do Cupido se atravessam sem provocar a mais leve ferida, caindo no vazio do buraco negro de forma inconsequente. Estou a falar de pessoas com coração, que sabem dar e receber amor. Quem deixa um grande amor para trás carrega grilhetas tão ou mais pesadas do que aquele que fica sentado, pregado na pedra do porto, como canta Chico Buarque. Bater com a porta requer coragem, concentração e muita força de vontade. É preciso saber desistir e hoje em dia ninguém gosta de desistir de nada, muito menos do amor, até porque o amor é um bem escasso que facilmente se confunde com entusiasmo, atracção física, tesão, paixão ou entendimento. Mas afinal o que é o amor, senão uma soma nada matemática que engloba todas estas sensações, sentimentos e estados?
HÁ algum tempo que desisti de definir o amor e passei a concentrar-me em entender onde reside o amor. Isto porque acredito que o amor em si não existe, o que existe são provas de amor. Logo, essas provas podem estar à vista de todos. E é por esta ordem de ideias que as pessoas ficam noivas, trocando promessas e anéis, e depois se casam, trocando mais promessas e mais anéis. As celebrações amorosas servem para selar o amor. Por outro lado, as rupturas amorosas não seguem preceitos nem rituais; cada um faz o melhor que sabe e aguenta-se como pode, engolindo a mágoa do conformismo, ou remando contra a maré.Como escreveu Truman Capote – que por acaso jogava na equipa dos donuts – a morte de um sonho é tão triste e dolorosa como a própria morte, merece por isso o respeito e silêncio para com aqueles que a sofrem. Quando alguém desiste de um amor, está também a desistir de um sonho que já acalentou. E é muito difícil desistir. Abdicar de um amor dói, e essa dor dura, demora a partir. É como viver com uma pedra encostada à garganta.
QUEM quer mesmo desistir tem de conseguir cortar o mal pela raiz, antes que os laços se tornem nós à volta do pescoço e do coração. É preciso pegar na tesoura e zás, cortar sem dó nem piedade, e sobretudo sem olhar para trás, sob o risco de reviver o mito daqueles que, ao partir de Sodoma e de Gomorra, se transformaram em estátuas de sal."
FECHAR o coração é um exercício duríssimo para quem o tem. Não estou a falar dos já aqui citados donuts que alguns seres humanos escondem, nos quais as setas do Cupido se atravessam sem provocar a mais leve ferida, caindo no vazio do buraco negro de forma inconsequente. Estou a falar de pessoas com coração, que sabem dar e receber amor. Quem deixa um grande amor para trás carrega grilhetas tão ou mais pesadas do que aquele que fica sentado, pregado na pedra do porto, como canta Chico Buarque. Bater com a porta requer coragem, concentração e muita força de vontade. É preciso saber desistir e hoje em dia ninguém gosta de desistir de nada, muito menos do amor, até porque o amor é um bem escasso que facilmente se confunde com entusiasmo, atracção física, tesão, paixão ou entendimento. Mas afinal o que é o amor, senão uma soma nada matemática que engloba todas estas sensações, sentimentos e estados?
HÁ algum tempo que desisti de definir o amor e passei a concentrar-me em entender onde reside o amor. Isto porque acredito que o amor em si não existe, o que existe são provas de amor. Logo, essas provas podem estar à vista de todos. E é por esta ordem de ideias que as pessoas ficam noivas, trocando promessas e anéis, e depois se casam, trocando mais promessas e mais anéis. As celebrações amorosas servem para selar o amor. Por outro lado, as rupturas amorosas não seguem preceitos nem rituais; cada um faz o melhor que sabe e aguenta-se como pode, engolindo a mágoa do conformismo, ou remando contra a maré.Como escreveu Truman Capote – que por acaso jogava na equipa dos donuts – a morte de um sonho é tão triste e dolorosa como a própria morte, merece por isso o respeito e silêncio para com aqueles que a sofrem. Quando alguém desiste de um amor, está também a desistir de um sonho que já acalentou. E é muito difícil desistir. Abdicar de um amor dói, e essa dor dura, demora a partir. É como viver com uma pedra encostada à garganta.
QUEM quer mesmo desistir tem de conseguir cortar o mal pela raiz, antes que os laços se tornem nós à volta do pescoço e do coração. É preciso pegar na tesoura e zás, cortar sem dó nem piedade, e sobretudo sem olhar para trás, sob o risco de reviver o mito daqueles que, ao partir de Sodoma e de Gomorra, se transformaram em estátuas de sal."
Margarida Rebelo pinto
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