18 setembro 2008

Man in black

É muito bem parecido, deve ter uns 40 ou então uns 30 e muitos, é o meu palpite. Trabalha na empresa da Patty, e a Patty já ouviu dizer que é o vice-presidente. Desde o primeiro dia, que a Patty vê o senhor, sempre de fato escuro e gravata, impecavelmente bem vestido, a passear pelos corredores da dita empresa. Encarrega-se o dito cujo de espalhar sorrisos pelo open space... e magia também. Não há uma única mulher que não suspire 3 vezes e meia, quando ele chega e começa a desfilar, qual modelo da Armani, pela passerele roxa (o nosso chão é roxo). E é naquela altura que as luzes se fecham, os estores se baixam e aparece um foco de luz sobre ele, e nós... desligamos os computadores, arrumamos os papeis e ficamos ali... de plateia a assistir, aqueles 15/20 segundos em que ele atravessa o open space.
É giro que se farta, tem um corpo sobejamente bem esculpido, pois concerteza que tem, porque o fatinho ali assenta que é uma maravilha. Tem um sorriso A-r-r-a-s-a-d-o-r, veste-se lindamente e é simpático daqui até ao fim do mundo em cuecas. Cheira bem, sim, porque aqui a menina já teve direito a um beijinho (SÓ 1 ATENÇÃO, que o novo trabalho da Patty é muito bemzoca) num evento no qual também desfilou. Ora tudo qualidades. Mas não! Há um defeito, um pequeno defeito para o qual todas olhamos, assim à socapa, é que quase nem se nota, pormenores... mas quando se invoca o suspiro e depois se expulsa o ar com um "aiiii ai", é nesse preciso momento que todas, sem excepção (as casadas também) fisgamos o olhar para aquele pequeno e insignificante detalhe na mão esquerda. Uma coisa amarela que brilha.
E lá se vão as esperanças, sonhos desfeitos, a casa com piscina, a empregada, o carro e as viagens pelo mundo inteiro.. e lá se vai o homem das nossas vidas, e das nossas vistas, porque assim como aparece, desaparece. Os estores voltam a abrir, as luzes são acesas, ligamos os computadores e voltamos ao à rotina do emprego (e à terra).
No dia seguinte começa tudo de novo.

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