03 maio 2007

Diário (com cheirinho)

Bem...sei que estou em falta... (mas ainda há alguém que venha ler isto?). enfim...sei que estou em falta... não por falta de tempo, ou paciência..mas sim porque não tem acontecido nada de interessante na minha vida para contar ahahahah. Pois claro que não é verdade...não tivesse eu uma vida cheia de coisas novas, interessantes e dignas de serem "blogadas". Será?
A verdade é que acho que já não sei escrever (alguma vez soube?). Mas ontem, tive uma insónia daquelas e resolvi (tenho resolvido poucas coisas na minha vida) ler. Peguei no livro e não me apetecu continuar...então, olhei para a prateleira e vi o meu pequeno e velhinho diário, com folhas com cheirinho a olhar para mim. Fui buscar e comecei a ler... e Li todo! E não são poucas folhas. Gostei tanto de o ler. Reparei que nos últimos anos só escrevi 2 vezes. Uma delas quando o Martim nasceu e a outra quando a minha tia Adelaide morreu. Antes disso, são anos e anos e anos de escrita... desde os tempos de primária...com desenhos e colagens de imagens da pequena sereia, até aos tempos da escola secundária. Paixões, amores e desamores, tristezas e alegrias, momentos de euforia e de profunda tristeza. Há de tudo no meu diário de folhas com cheirinho. O que é certo é que nunca deixei de escrever nele... E nele está toda a minha vida. Depois de ter acabado de ler apeteceu-me ligar a pessoas que não vejo há anos... apeteceu-me voltar à ericeira com a Inês, a Sofia, o Sérgio, a minha irmã, o Joel, o Bruno, o malaquias..e repetir aquelas noites a fazer pão com chouriço no nosso forno no alpendre, a conversar até de manhã...tanta coisa..momentos que desapareceram... que nunca mais vão voltar. Cada um pra seu lado. A nostalgia. A vida é mesmo assim! Apeteceu-me voltar às festas da encarnação e ver de novo aquele fogo de artíficio agarrada ao meu primeiro namorado, o Sérginho...voltar a fazer a promessa que passados 17 anos (já passaram 10) estariamos ali de novo juntos os dois. Não vamos estar. Mas o primeiro amor nunca se esquece, e ele tem muitas páginas no meu diário para nunca ser esquecido.
E é assim...
Ontem tive saudades. Muitas. De muita coisa.

4 comentários:

Anónimo disse...

Oh miga até me deixas com um nó na garganta... Vou confessar aqui uma coisa. Nem de propósito, no outro dia, descobri as nossas dezenas de cartas do 7º e 8º ano!! Eu, tu e a Di! Confesso que não li todas, pq acho q uma noite não chegava, mas apeteceu-me mesmo juntarmo-nos as 3 e chorarmos de tanto rir com o que nós dizíamos!
Por isso e por também fazer parte dessas tuas folhinhas cheirosas, compreendo perfeitamente essa nostalgia que provocam as recordações... "Recordar é viver" nem que seja com um nó na garganta, mas faz parte da nossa vida e ninguém nos tira esses momentos... e ainda bem! Tadoro minha amiga do coração e da vida =)

P.S. - Ah e eu continuo a vir cá sempre, sim, miga?

Anónimo disse...

eu também, na esperança de novidades.
hoje tive sorte e pelos melhores motivos, esse foi um tempo bom que passou e passou para todos,para uns melhor que para outros pois mta coisa aconteceu, mas a vida é assim,feita de momentos bons outros menos bons, mas estamos todos mais ricos pelas experiências vividas neste intervalo das nossas vidas, mesmo que para algums as experiências tenham sido amargas, temos é que ohar para a frente, no nosso caso tivemos sorte pq temos uma mais valia de 4 anos que por nada nos faria andar para trás. bem que lamechice. Juntem-se e riam-se das cartas do 7º e 8º, pq rirmos de nós próprios é optimo ...

Anónimo disse...

Ohhhh linda, até fiquei com um nó na garganta de ler isto. Eu também tenho saudades imensas .... dos verões passados na ericeira, dos dias nos pareciam infinitos,dos dias inteiros na praia a torrar, do cheiro a mar e a bronzeador,do gelado ao fim da tarde, dos cabelos salgados e ainda húmidos, dos churrascos e das noites longas, dos amigos, do assistir ao aparecimento dos vossos primeiros amores, das primeiras saídas à discoteca,da descontracção sempre presente, dos tempos em que achavamos que éramos IMORTAIS.
Para mim esses tempos não desapareceram. Continuam bem presentes em mim! E sempre que me sinto mais triste vou resgatá-los para sentir algum conforto. Cabe-nos a nós manter esses momentos vivos! Assim, proponho que este Verão nos voltemos a juntar, na ericeira, nem que seja por 2 ou 3 dias!
Como já vos disse algumas vezes, tenho-vos um carinho imenso, por tudo o que vivemos e havemos de viver... porque tenho a certeza que juntas valemos a pena, porque sei que nos vamos acompanhar sempre, com filhos, netos e coisas que tal.Porque sei que vão estar sempre presentes em todos os momentos importantes da minha vida e eu espero estar também presente nos vossos.

Um grande Beijinho.

Inês Paulino

Unknown disse...

Tocante. O vasculhar o passado costuma ser sempre uma experiência arrebatadora, e tens toda a razão. Escrever um diário, coisa que nunca fiz, ainda o deve tornar mais real e próximo, do que o simples lembrar de cabeça.
Há saudades de muita coisa, muita mesmo, não é? Bem, nunca tive nenhum Serginho, mas gostava de ir à Feira Popular e jogar ao peão. Enfim, cada um com suas coisas.